Um dos métodos mais populares no Brasil para se conseguir um bem de grande valor é o consórcio. Você já ouviu falar?
Em resumo, o consórcio é um sistema de autofinanciamento utilizado para aquisição de bens de consumo duráveis, como carros, motos, imóveis, eletrodomésticos, dentre outros.
Nele, a instituição financeira responsável pela administração de todo o processo reúne um grupo de pessoas que têm o objetivo de comprar um imóvel, por exemplo, e, através da contribuição mensal, essas pessoas começam a “guardar dinheiro juntas”. A cada mês, uma pessoa é sorteada e o valor guardado é usado para que, pelo menos, uma delas faça sua aquisição.
Neste artigo, vamos te explicar detalhadamente o funcionamento do sistema de consórcio e o porquê seus benefícios não cobrem seus riscos.

Como funciona o consórcio?
O consórcio, como explicamos anteriormente, é um sistema onde um grupo de pessoas faz uma reserva financeira e todos os meses uma delas (ou mais, dependendo da instituição) é sorteada para receber o valor estabelecido.
A pessoa pode ser sorteada em qualquer um dos meses de duração do consórcio, já que não há como prever quando será contemplado. Caso o cotista não queira esperar, ele pode dar um lance onde ele oferece uma porcentagem do valor total para tentar antecipar o crédito recebido, mas não existe uma garantia que isso vá acontecer.
Há 3 tipos de lances:
- Livre: onde os integrantes do grupo estão livres para fazer qualquer oferta pelo crédito;
- Fixo: onde todos definem previamente qual o percentual mínimo para os lances, que podem ser entre 20% e 70%;
- Embutido: este é da própria instituição que oferece o crédito, por isso, não há necessidade de possuir algum dinheiro para fazer o lance.
Quais os principais riscos do consórcio?
Apesar das instituições financeiras oferecerem o consórcio como uma opção de investimento, é essencial frisar que ele não pode ser considerado um investimento. Quando investimos, ganhamos dinheiro através dos juros e taxas que trabalham a nosso favor. Já no consórcio, é o oposto. Para se ter uma ideia, para alguns especialistas financeiros, ele é enquadrado como pior do que um financiamento por causa das suas altas taxas de administração cobradas pelas instituições.
Na contratação de um consórcio, fica acordado um valor fixo de crédito, pois a ideia é dar o dinheiro à instituição todos os meses até que esse valor esteja completo. O que acontece na prática – e não fica claro ao cotista – é que o valor da carta de crédito passa por reajustes tarifários, alterando também o valor das parcelas, mas a pessoa não recebe nada em troca, pois o valor “aportado” mensalmente não tem rentabilidade alguma. Não existe uma previsão real do quanto será “investido” e, muito provavelmente, o valor desembolsado será muito maior do que o próprio crédito. Por isso, o consórcio não é um investimento.
Onde investir ao invés de fazer um consórcio?
Existem várias opções mais interessantes para investir seu dinheiro ao invés de colocá-lo em um consórcio.
Por exemplo, se você precisasse de R$60 mil para comprar seu carro dos sonhos, em um consórcio, precisaria desembolsar em torno de R$1250 por mês por 48 meses. Como o valor do consórcio sofre reajuste ao longo do tempo, o valor das parcelas aumentaria igualmente.
Caso esse mesmo valor, pelo mesmo período de tempo, fosse depositado em investimentos de renda fixa e variável, a taxa líquida média seria consideravelmente menor. Confira a tabela abaixo:

O consórcio se mostra menos vantajoso que o CBD (considerado um dos investimentos mais simples dentro do mercado) e até mesmo menos vantajoso que a poupança (considerada por muitos o pior investimento possível). No consórcio, não há nenhuma vantagem significativa para o cotista, uma vez que ao optar por essa modalidade de compra, você está pagando por algo que não te renderá absolutamente nada enquanto espera ser contemplado.
Por isso, caso você queira comprar seu carro dos sonhos nos próximos 48 meses, por exemplo, dê preferência a outras opções de investimento que possam te ajudar a alcançar seu objetivo de forma mais eficiente. Algumas das opções mais recomendadas incluem o Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA. Eles, sim, são considerados seguros e oferecem boas taxas de retorno, o que significa que seu dinheiro pode crescer e render juros ao longo do tempo!
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