Se você é apaixonado por viagens, certamente já deve ter ouvido falar sobre Cingapura. A ilha asiática é, sem dúvida, um dos principais destinos de seu continente, atraindo milhões de turistas todos os anos.
Entretanto, poucos têm conhecimento de que a economia cingapurense foi instável por longos anos, principalmente em decorrência da falta de recursos naturais abundantes e terras férteis e da devastação causada pela ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.
Neste artigo, vamos explicar como Cingapura superou sua condição de uma das regiões mais pobres e perigosas do mundo, transformando-se em um dos Tigres Asiáticos e alcançando o status de terceiro país mais rico do mundo. Continue a leitura e confira!
O desenvolvimento econômico de Cingapura
Cingapura, apelidada de “A Pérola da Ásia”, é uma cidade-Estado com uma população de apenas 5,6 milhões de habitantes. Atualmente, se destaca como um dos principais centros financeiros globais, sendo reconhecida por produzir o maior número de milionários e por ter um alto custo de vida, de acordo com estudo realizado pela Economist Intelligence Unit.
Porém, há menos de 60 anos, o país era uma ilha pobre e com recursos naturais escassos, o que não sinalizava um futuro promissor.
Após obter a independência independência da Malásia em 1965, Cingapura emergiu como um Estado autônomo com Lee Kuan Yew liderando o país. Ocupando o cargo de primeiro ministro por mais de 3 décadas, Yew, por meio de políticas de industrialização, promoção do livre comércio e estabelecimento de zonas econômicas especiais, adotou uma abordagem pró-negócios voltada para a atração de investimentos estrangeiros, o que atraiu empresas multinacionais e fomentou o crescimento econômico do país.
Lee Kuan Yew também concebeu e colocou em prática um grande programa de reformas para tirar Cingapura do que ele descreveu como um “buraco negro de miséria e degradação” e transformá-la em uma nação industrializada e moderna, adotando um modelo capitalista com controle estatal rigoroso. A localização estratégica desempenhou um papel crucial nessa transformação, uma vez que o país está situado em uma rota comercial muito importante entre grandes potências como China, Índia e o Sudeste Asiático.
Outro ponto fortemente investido tanto por Yew, quanto pelos governos sucessores, é a educação e o desenvolvimento de força de trabalho nacional. O sistema educacional cingapurense foi significativamente reformado, adotando medidas estratégicas que priorizam a excelência acadêmica, a formação técnica e profissional, a fim de preparar os alunos para enfrentar os desafios e demandas da economia globalizada.
Com essa abordagem educacional, habilidades práticas e conhecimentos especializados, incentivando a inovação, o empreendedorismo e o pensamento crítico são desenvolvidos entre os estudantes e os cidadãos. Dessa forma, o país busca assegurar que sua força de trabalho esteja devidamente preparada para se adaptar às rápidas transformações econômicas e tecnológicas, além de contribuir para o contínuo desenvolvimento do país.
Com um forte investimento em infraestrutura de primeira classe, que abrange desde portos modernos e aeroportos eficientes, Cingapura assegura mais uma linha de desenvolvimento econômico devido à melhoria da conectividade regional e global, impulsionando o comércio internacional e atraindo volumes substanciais de investimentos para o país.
Os setores chaves da economia cingapurense
Existe uma ampla variedade de setores que desempenham papéis fundamentais na economia de Cingapura, contribuindo para o crescimento econômico, a geração de empregos e a atração de investimentos estrangeiros. Entre eles, podemos destacar os seguintes:
Serviços financeiros: Por ser um importante centro financeiro à nível global, Cingapura abriga uma variada gama de bancos e demais instituições financeiras, incluindo empresas gestoras de ativos, seguradoras e empresas de serviços relacionados ao mercado de capitais;
Tecnologia e inovação: Além do sistema educacional, Cingapura também é reconhecido mundialmente pelo setor tecnológico. Com grandes investimentos e incentivos em áreas como ciência de dados, cibersegurança, inteligência artificial e biotecnologia, o país se mostra como um importante centro de inovação tecnológica e científica;
Indústria manufatureira avançada: Altamente sofisticado e especializado, a indústria manufatureira em Cingapura é referência em produção de farmacêuticos, produtos químicos, equipamentos de precisão, engenharia de alta tecnologia, mas, sobretudo, produtos eletrônicos.
Ambiente de negócios e liberdade econômica
Certamente, o maior reconhecimento do país asiático se encontra no ambiente de negócios altamente favorável e na liberdade econômica. Adotando políticas que promovem a abertura e a eficiência nos negócios, Cingapura conseguiu e segue conseguindo atrair empresas e investimentos estrangeiros para seu território.
Em relação à liberdade econômica, destaca-se a recorrente classificação cingapurense nos primeiros lugares em índices como o Liberdade Econômica, da Heritage Foundation, e o Relatório de Liberdade Econômica, do Fraser Institute.
Vale também destacar o atraente sistema tributário, que estimula o empreendedorismo e a atração de investimentos por meio de impostos corporativos competitivos e políticas fiscais favoráveis, o que resulta em um ambiente fiscal favorável e propício para a operação e prosperidade das empresas no país.
Comparação com o Brasil
Apesar de ambos serem países em desenvolvimento e com economias em crescimento, Cingapura, mesmo pequeno territorialmente, mostra-se à frente do Brasil em muitos rankings avaliadores de IDH, PIB per capita e, claro, nações com maior índice de liberdade econômica.
De acordo com o Índice de Liberdade Econômica, publicado anualmente pela Heritage Foundation, citado logo acima, Cingapura ocupa o primeiro lugar, enquanto o Brasil ocupa a 133ª posição. O índice mede o grau de liberdade econômica de 186 países, levando em consideração fatores como a liberdade de comércio, a liberdade de investimento, a liberdade fiscal e a eficiência governamental.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), por sua vez, é uma metodologia usada para comparar o desenvolvimento de 188 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). No último balanço, o Brasil ocupou a 87º posição (com um valor de IDH de 0,754), enquanto Cingapura ficou com a 12º posição (com um valor de IDH de 0,939). Lembrando que quanto mais próximo de 1 o valor for, maior é o desenvolvimento do país.
Falando sobre o PIB per capita, medida da riqueza de um país que é calculada dividindo o PIB (Produto Interno Bruto) pelo número de habitantes, Cingapura também está à frente do Brasil. Enquanto a ilha asiática possui um PIB per capita de US$67,360, o do Brasil é cerca de 8 vezes menor, representando um total de US$8,831. Os dados são referentes ao último balanço realizado em dezembro de 2022.
Considerando os dados e a atual conjuntura dos países, pode-se afirmar que a liberdade econômica é um dos principais fatores que contribuíram para o bom desempenho de Cingapura. Um alto índice de liberdade econômica permite que as pessoas tomem suas próprias decisões sobre como gastar seu dinheiro e investir seus recursos, o que leva a um maior nível de eficiência e produtividade, como é o caso do país asiático.
Conclusão
Com base no que vimos até aqui, é possível notar o estabelecimento de Cingapura como um dos mais notáveis exemplos de liberdade econômica, com um ambiente estratégico e favorável aos negócios. Tendo uma combinação de baixos níveis de corrupção, um sistema legal sólido e estabilidade política, há uma maior confiança dos investidores e, consequentemente, maior nível de oportunidades e investimentos no país.
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