Desde a Primeira Revolução Industrial, que teve início datado de 1760, ocorreram transformações significativas nos modelos de produção em todo o mundo. A energia elétrica sucedeu às máquinas a vapor, que marcaram o início desse período, e foi posteriormente sucedida pela revolução dos computadores. Essas mudanças ao longo do tempo têm sido notáveis.

Por sua vez, o chamado Agronegócio 4.0 exemplifica muito bem esse cenário de transformações, dado ao seu significativo emprego de tecnologias disruptivas com o propósito de impulsionar a evolução e o desempenho do setor agrário. 

Neste artigo, apresentamos conceitos e exemplos das tecnologias do Agronegócio 4.0, além de explicar de que maneira o agronegócio brasileiro tem aproveitado os benefícios dessa indústria. Continue a leitura e confira!

O que é o Agronegócio 4.0?

Em 2011, durante um evento anual dedicado a inovações, o termo “Agronegócio 4.0” foi usado pela primeira vez na Alemanha. Ele é um conceito derivado da Indústria 4.0, estando relacionado à Quarta Revolução Industrial, que enfoca a digitalização das atividades industriais com o objetivo de melhorar processos e aumentar a produtividade.

Dessa forma, a digitalização das máquinas integra diversas tecnologias, resultando em uma maior viabilização da gestão de dados do campo, o que permite o uso de técnicas assertivas de plantio, irrigação e pulverização mais precisas e personalizáveis.

Como resultado, a automação e as diversas ferramentas tecnológicas conduzem à integração de toda a cadeia produtiva e à maior profissionalização e adoção de métodos duráveis nas áreas produtivas rurais.

O Agronegócio tem se beneficiado (e muito!) desse progresso tecnológico, reconhecendo que a tecnologia é capaz de resolver os principais desafios do setor e, ao mesmo tempo, promover precisão e sustentabilidade.

Quais são as principais tecnologias do Agronegócio 4.0?

Entre a variedade de dispositivos da Indústria 4.0 adaptados ao campo, algumas tecnologias se destacam, tais como: 

• Sensoriamento remoto: É uma tecnologia que possibilita a obtenção de dados sobre a superfície da Terra sem a necessidade de contato direto com ela. Os dados obtidos por meio do sensoriamento remoto têm o potencial de aprimorar a tomada de decisão agrícola, aumentar a produtividade, reduzir os custos e preservar o meio ambiente. Tais dados podem ser usados para identificar áreas de seca ou inundação, por exemplo;

• Automação: Uma das principais tendências do agronegócio, a automação permite que os agricultores consigam incrementar a produtividade, diminuir os gastos e aprimorar a qualidade dos produtos. Existem muitas áreas que podem contar com o auxílio dessa ferramenta, como a colheita, a irrigação, a pulverização e o monitoramento. Através da automação, esses processos tornam-se muito mais eficientes, produtivos e sustentáveis; 

• Georreferenciamento: O georreferenciamento é o processo de atribuir coordenadas a um objeto no espaço. Esse processo pode ser empregado para uma diversidade de fins, tais como mapeamento e planejamento (através da criação de mapas de propriedades agrícolas, culturas e animais) e gestão de riscos (para rastrear o movimento de pragas e doenças, por exemplo); 

• Marketplaces: Os marketplaces são plataformas que conectam produtores rurais que buscam soluções a diversos fornecedores de produtos. Nesses ambientes virtuais, é possível adquirir insumos, tratores, maquinários e pulverizadores, entre outros itens.

Vale acrescentar também que, de acordo com uma lista da Forbes, é viável utilizar softwares de decisão para aprimorar a precisão na produção. Nesse contexto, as conhecidas AgTechs, oferecem softwares que permitem aos agricultores analisar diversos fatores, como aspectos financeiros, condições climáticas, uso de fertilizantes, dentre outros.

Como o Agronegócio 4.0 está revolucionando o setor no Brasil?

Dado ao que vimos até aqui, pode-se afirmar que o Agronegócio 4.0 desempenha um papel fundamental não apenas no impulsionamento da eficiência e do desenvolvimento do setor, mas também no auxílio para superar as principais adversidades e para o preparo de projeções que ainda estão por vir.

No Brasil não seria diferente. O setor do Agronegócio nacional apoia-se em tecnologias disruptivas, busca promover tomadas de decisões assertivas através da coleta inteligente de dados.

De acordo com um artigo produzido pela EMBRAPA, a modernização do setor agrário brasileiro e o fomento contínuo da indústria 4.0 nos campos ajuda a “garantir, ou mesmo ampliar, sua capacidade de produção com sustentabilidade, ao mesmo tempo que atende à demanda global por segurança alimentar e nutricional como um grande exportador de commodities agrícolas”. 

Além disso, ainda de acordo com o artigo, a migração para a agricultura digital tem o potencial de impulsionar a transformação digital do setor como um todo, o que acaba por tornar os negócios rurais mais competitivos e mantém o agricultor no mercado.

Por consequência, com o acesso a mais informações e um maior conhecimento sobre os produtos disponíveis e seus preços, o consumidor também vem se tornando cada vez mais influente na definição dos atributos que deseja.
O impulso para isso vem das oportunidades e ferramentas digitais, que permitem a comparação de preços, o acesso a avaliações e a localização de produtos que atendam às necessidades específicas.

De certo, todas essas tecnologias geram um significativo reconhecimento para que o Brasil mantenha sua posição como protagonista na produção e exportação agropecuária.

Conclusão

Por fim, o Agronegócio 4.0 representa um marco transformador para o setor agrário, sobretudo o brasileiro. Ao combinar a experiência e o conhecimento da tradição com a tecnologia e a inovação, a agricultura se torna mais moderna e responsável. Isso permite que enfrentemos os desafios do futuro e aproveitemos as oportunidades que estão por vir.

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