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La Niña: como pode afetar os investimentos?

la niña

Alguns fenômenos climáticos que afetam nosso país já são bastante familiares para os agricultores e para a indústria do agronegócio como um todo – o El Niño e a La Niña talvez sejam um dos mais conhecidos. Ambos são provocados por alterações na temperatura da água do Oceano Pacífico e têm potencial para influenciar a temperatura e o clima em diversas regiões do mundo.

As condições climáticas desempenham um papel fundamental na agricultura, e esses dois fenômenos podem exercer uma influência significativa, tanto positiva quanto negativa, sobre diversas atividades agrícolas.

Neste artigo, você vai entender o que é o fenômeno da La Niña e como ele impacta diretamente na produção do setor agrícola nacional. Continue o texto e confira!

O que é a La Niña e como ela é formada?

Diferentemente do El Niño, o fenômeno La Niña é marcado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Geralmente, ambos os eventos ocorrem em intervalos de dois a sete anos.

O La Niña ocorre devido à intensificação dos ventos alísios, que sopram na faixa equatorial vindo da direção leste e se direcionando para a oeste. Uma anomalia de -0,5 °C na temperatura da superfície do mar já é suficiente para indicar o estabelecimento do fenômeno La Niña. Essa avaliação é realizada por meio de cálculos baseados em índices meteorológicos associados à região do Pacífico. 

Segundo Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), esse movimento dos ventos provoca a ressurgência de águas profundas, o que acaba por provocar um acúmulo de uma quantidade maior do que o normal de águas quentes no Oceano Pacífico Equatorial Oeste. Em contrapartida, no Pacífico Leste, há a presença de águas mais frias, resultando em um aumento no desnível entre as duas regiões.

Além disso, esse fenômeno pode se estender por vários meses, uma vez que há uma interação mútua entre a atmosfera e o oceano, onde um influencia o outro de forma recíproca. Os ventos possibilitam o resfriamento das águas, enquanto as águas mais frias, por sua vez, favorecem a alteração dos ventos.

Como la niña é formada

Quais são os impactos do La Niña no Brasil?

No Brasil, de um modo geral, os principais efeitos sentidos durante o La Niña incluem: aumento de chuvas nas regiões norte e nordeste e estiagem no centro-oeste e sul do país. Tais alterações podem causar diversos impactos no agronegócio, devido às alterações climáticas que provoca, incluindo:

  • Chuvas intensas no Norte e Nordeste: O aumento das chuvas pode beneficiar a agricultura, pois aumenta a quantidade de água armazenada em reservatórios e lençóis freáticos. Isso pode ajudar a garantir o abastecimento de água para a agricultura em períodos de seca. 

Como resultado, há a possibilidade de uma melhor safra de cana-de-açúcar, no Nordeste, e de soja, no Norte. Contudo,vale lembrar que o excesso de chuvas também pode trazer prejuízos significativos, tais como inundações e enchentes, que resultam em danos nas plantações e infraestruturas agrícolas.

  • Secas no Sul e no Centro-Oeste: Os efeitos iniciais das alterações climáticas do fenômeno já são bastante perceptíveis nessas duas regiões do Brasil, que têm enfrentado chuvas abaixo da média desde o final de 2019 durante o período de La Niña. 

Essa diminuição das chuvas contribui diretamente para a ocorrência de secas prolongadas, o que acaba por facilitar a propagação de incêndios e provoca graves danos ao ecossistema do Pantanal. De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) do Brasil, até 2020 mais de 4 milhões de hectares foram queimados, atingindo mais de 26% do bioma em questão. Tais danos causam efeitos significativos na produção de milho, no Centro-Oeste, e na produção de soja e arroz, no Sul;

  • Perda nos cafezais do Sudeste: A falta de chuvas nos estados de São Paulo e Minas Gerais também pode afetar negativamente os cafezais. A maioria das lavouras seca, prejudicando a florada para a colheita da próxima safra;

  • Prejuízos no setor leiteiro: Devido ao aumento dos custos com ração animal, que acompanham a alta nos preços de grãos como soja e milho, produtores de leite (sobretudo do Sul) enfrentam prejuízos significativos. Diante dessa situação, alguns podem se ver obrigados a recorrer ao abate de animais como uma medida para diminuir perdas financeiras.

Prejuízos da La Niña

Como a La Niña impacta os investimentos?

A La Niña pode afetar a demanda e a oferta de produtos específicos, especialmente em setores que são sensíveis às condições climáticas. Por exemplo, setores agrícolas que dependem da chuva para irrigação, como agricultura, alimentos e bebidas, podem enfrentar desafios devido a padrões climáticos irregulares, afetando a produção e os preços das commodities. Os setores agrícolas que dependem da chuva para irrigação, como a agricultura, os alimentos e as bebidas, podem enfrentar problemas devido a padrões climáticos irregulares, o que acaba por afetar a produção e os preços das commodities.

Ainda sobre as commodities, eventos climáticos extremos, como secas e inundações, relacionados à La Niña, podem afetar a produção agrícola, como a de grãos, café, açúcar e carne. Isso pode abalar os investimentos na área, pois os investidores podem ser mais propensos a comprar ou vender commodities em resposta a mudanças de preço.

Até mesmo o setor imobiliário pode sofrer com o La Niña. As secas prolongadas ou inundações podem afetar a disponibilidade de água e a qualidade das terras agrícolas. Isso leva a uma redução no rendimento das culturas e a um aumento nos custos de produção. Esses fatores podem tornar o setor imobiliário rural menos atraente para os investidores, pois podem reduzir os retornos sobre o investimento.

Conclusão

Nesse cenário de La Niña, podemos perceber como a agricultura emerge como o setor da economia bastante impactado. Além disso, os fenômenos climáticos ressaltam a complexidade dos desafios enfrentados pelos produtores rurais na tomada de decisões no campo. 

O emprego de técnicas e tecnologias agrícolas avançadas, como sistemas de monitoramento meteorológico, como mencionado logo acima, permite que o produtor tome decisões mais precisas e informadas, adaptando suas práticas às condições climáticas em constante transformação.

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