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Crise do Subprime: o que causou e como abalou a economia

Crise do Subprime

Prevista por um dos mais importantes investidores da época, Michael Burry, a crise financeira de 2008, conhecida como crise do subprime, foi um dos mais graves desastres econômicos globais ocorridos desde a Grande Depressão, em 1929, período em que os Estados Unidos enfrentaram um colapso econômico.

A crise atingiu seu ápice com o colapso do Lehman Brothers, um dos bancos de investimento mais antigos dos EUA, e se espalhou em pouco tempo para o restante do mundo, gerando efeitos catastróficos e que perduram até hoje.

Neste artigo, te explicaremos sobre os instrumentos financeiros envolvidos no surgimento e estouro da crise do subprime e suas consequências para a economia global. Continue a leitura e confira!

O que foi a crise do subprime?

A crise do subprime, também conhecida como “bolha imobiliária americana”, teve seu início em meados do ano de 2007 a partir da significativa queda do índice Dow Jones, em julho daquele ano. Motivada pela hipótese do colapso hipotecário, a crise resultou na insolvência de várias instituições financeiras americanas.

O nome “bolha imobiliária” se dá a partir de um método comum de financiamento imobiliário nos Estados Unidos, as chamadas hipotecas, em que o imóvel é utilizado como garantia junto ao banco no caso de inadimplência do mutuário. Já o termo “subprime” se refere a empréstimos concedidos a mutuários de baixa renda ou com histórico de crédito comprometido, com taxas de juros iniciais atrativas, mas que poderiam aumentar significativamente no futuro.

De forma geral, a bolha se formou devido ao crescente interesse por rendimentos provenientes de hipotecas, o que deu origem a uma vasta estrutura financeira para negociar esses ativos no mercado.

Na época em questão, os empréstimos hipotecários da categoria subprime (mas também comumente chamados de “subprime mortage”) foram concedidos de maneira irresponsável, resultando em uma crise de crédito devido à transferência desenfreada de CDSs (Credit Default Swaps) e CDOs (Collateralized Debt Obligations) para terceiros. Essa prática provocou uma rápida expansão do segmento imobiliário nos Estados Unidos, elevando os preços dos imóveis a patamares insustentáveis.

No entanto, à medida que os preços dos imóveis começaram a declinar, uma parcela significativa de mutuários não conseguiu honrar suas hipotecas, resultando em uma onda de execuções hipotecárias e corroborando para um cenário instável na indústria imobiliária. Por consequência, o dia 15 de setembro de 2008 foi considerado o ápice da crise, sendo conhecido como “Segunda-feira Negra”, quando um dos maiores e mais antigos bancos de investimentos do mundo, o Lehman Brothers, declarou falência.

quebra do lehman brothers crise subprime

Por que ocorreu a crise do subprime?

Não apenas devido à concessão indiscriminada de empréstimos, a crise do subprime se originou devido a uma série de fatores e práticas irresponsáveis no setor financeiro. Dentre os principais motivos estão:

  • Crescimento da bolha imobiliária: A demanda nos negócios de propriedades inflamou-se em um curto período de tempo, corroborando para aumentos a níveis estratosféricos no preço dos imóveis. A principal razão para esse acontecimento está na errônea crença de que os preços continuariam em uma constante elevação, o que acabou incentivando investidores e mutuários a entrar no mercado imobiliário de forma especulativa;
  • Securitização e venda de hipotecas: As instituições financeiras se envolveram na prática de agrupar e vender hipotecas em forma de títulos financeiros complexos (os chamados CDOs) sem avaliar adequadamente a qualidade e o risco desses ativos. Essa conduta permitiu a disseminação de riscos por toda a economia e a falta de transparência nas transações;

Falhas nos modelos de avaliação de risco: Os possíveis perigos associados a tais títulos financeiros complexos não foram avaliados corretamente pelas agências de classificação de riscos. Muitos deles foram classificados de forma errônea como investimentos seguros, o que resultou em um falso cenário de seguridade nos mercados.

crise do subprime

Impactos da crise do subprime

Após a falência do Lehman Brothers, e a recusa do governo estadunidense em socorrê-lo, o anúncio da aquisição da Merrill Lynch (a maior corretora dos EUA)  pelo Bank of America, as bolsas de valores ao redor do mundo sofreram quedas expressivas, perdendo mais de 30% do seu valor. Isso significa que as empresas de capital aberto passaram a valer 30% menos do que antes do início da crise.

Em território norte-americano, podemos destacar a queda superior a 25% sofrida pela renda agregada das famílias nos Estados Unidos. O índice S&P 500, que engloba os ativos das 500 maiores empresas dos EUA negociadas nas bolsas, registrou uma queda de aproximadamente 45%. Além disso, a taxa de desemprego aumentou para 10,1%, atingindo o maior percentual desde 1983.

Em território europeu, os efeitos da crise chegaram cerca de 2 anos depois. Apesar dos esforços dos bancos centrais ao injetar mais de um trilhão de dólares na economia global, a subprime se disseminou principalmente nos países localizados na zona do Euro, em especial a Grécia, que precisou buscar empréstimos significativos do Fundo Monetário Internacional e, como contrapartida, adotar medidas controversas de corte de gastos.

Em território brasileiro, alguns economistas afirmavam que o Brasil estava praticamente imune à subprime, mesmo depois de uma forte queda no índice Ibovespa. As exportações, que representam uma importante fonte de riqueza para o Brasil, sofreram imediatamente os efeitos da crise externa, impactando negativamente a balança comercial brasileira e, consequentemente, o Produto Interno Bruto (PIB). Houve também um significativo aumento no preço do dólar muito em decorrência da retirada de investimentos e da perda de confiança  no mercado.

Conclusão

Por fim, é cabível afirmar que a crise do subprime impactou de forma duradoura a economia global, e serve até hoje como um lembrete dos perigos do excesso de alavancagem e práticas irresponsáveis no setor financeiro. Conforme nos recuperamos e aprendemos com essa crise, é essencial que trabalhemos para tornar nossos sistemas financeiros mais estáveis e fortes, promovendo, assim, um crescimento econômico sustentável.

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8 meses atrás

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